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Se tenho emprego e saúde estáveis, preciso fazer seguro?


Apólice serve tanto para garantia do futuro de família com baixo patrimônio, em caso de óbito ou invalidez, quanto como estratégia de sucessão para grupos familiares com grande patrimônio

Sou casado e tenho um filho de 6 anos. Emprego e saúde estáveis. Devo pensar em fazer algum tipo de seguro? Quando penso em seguros, com o que devo me preocupar?

João Nicolau Bichuette Neto, CFP, responde:

Essa é uma dúvida muito comum, e a resposta é sim. Você deve pensar em fazer algum tipo de seguro. Existem diversos tipos, para diversas finalidades. O seguro serve tanto para situações de garantia do futuro de uma família com baixo patrimônio, caso ocorra algum óbito ou invalidez, quanto como estratégia de sucessão para famílias com grandes patrimônios.

Em um cenário otimista, você tem grandes chances de viver mais de 100 anos e ver seu filho se tornar independente financeiramente. Mesmo assim deve fazer um seguro? Sim.

Você não pode prever, mas pode se preparar. Imagine que fez um bom patrimônio e faleceu com 101 anos. Agora se inicia o processo de inventário para a transmissão do seu patrimônio. Esse processo pode se estender por muitos meses, e é necessário pagar para que o patrimônio seja transferido para os herdeiros.

No Brasil é preciso pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), cuja alíquota varia de acordo com cada Estado, chegando até 8%. Além disso, ocorrem também custos de cartório e com advogados. É estimado que os gastos totais com a sucessão correspondam, em média, a 15% do patrimônio, ou seja, se uma pessoa fez um patrimônio de R$ 5 milhões, seus herdeiros vão gastar, em média, R$ 750 mil para terem acesso a esse patrimônio.

Quando uma pessoa vai a óbito, todos os seus bens são bloqueados, incluindo as contas bancárias. Seus herdeiros precisam pagar os impostos. De onde virá esse dinheiro com os bens da pessoa falecida bloqueados? Existem muitos casos de famílias com grandes patrimônios tendo que liquidar ativos a preços baixos para que consigam pagar os custos de inventário.

Agora vamos para um cenário pessimista: se ontem você não tivesse voltado para casa, como estaria sua família hoje financeiramente, sendo que todos os seus bens estariam bloqueados? Você tem um filho de 6 anos. Já fez a conta do valor necessário com educação, comida, vestuário, despesas médicas, entre outras despesas essenciais, até que seu filho se torne independente financeiramente?

Pensando que seu filho vai fazer uma faculdade e começar a trabalhar com 21 anos, são mais 15 anos de despesas. Como ficará o futuro do seu filho caso algum imprevisto ocorra? O ideal é que tenha um seguro que pague o suficiente para que seu filho consiga se tornar independente.

Seguem alguns itens que devem ser observados para a elaboração de um seguro:

Qual o gasto mensal da família e qual a minha contribuição no pagamento dessas despesas?

Qual o valor necessário para garantir a independência financeira dos meus dependentes?

Como garantir a transmissão do patrimônio para meus herdeiros de forma a preservá-lo e evitar brigas?

Esses pontos não são exaustivos, e o ideal é contar com a presença de um planejador financeiro CFP, que pode auxiliá-lo a estruturar o melhor seguro para você.

João Nicolau Bichuette Neto é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro E-mail: joao.bichuette@svninvestimentos.com.br

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para:

consultoriofinanceiro@planejar.org.br


Fonte: CQCS



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