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Carros sinistrados: conheça os direitos do consumidor


Adquirir carros sinistrados ou vender carro sinistrado pode ser um incômodo se o consumidor estiver desatento com relação a seus direitos. Por já ter passado por algum problema, esse tipo de veículo tem algumas restrições — e é fundamental conhecê-las para fechar um bom negócio.

Para compreender esse assunto, o primeiro passo é saber que nem todo automóvel usado é sinistrado. Além disso, é preciso tomar cuidado, porque nem todos os que se encaixam nesse quesito são facilmente identificáveis.

O que são veículos sinistrados?

Esses automóveis passaram por algum tipo de dano, como roubos, desastres naturais — por exemplo, enchente — ou acidente. Inclusive, eles podem ter ficado em situação de perda total. Em qualquer um desses casos, o veículo foi consertado ou recuperado, mas exigiu o acionamento do seguro. É daí que surge o termo “sinistrado”.

A palavra se refere à indenização sobre danos materiais paga ao proprietário do veículo. Por isso, assim que o seguro é acionado, o automóvel automaticamente passa a ser sinistrado. Porém, ele pode ou não ser recuperável.

Por exemplo, no caso de um roubo, é possível que ele nunca seja encontrado. No entanto, se for devolvido ao proprietário, o automóvel pode ser recuperado — status concedido aos carros que estão aptos a circular novamente pelas ruas.

A mesma situação é válida para casos de acidentes, inclusive com perda total. Ao solicitar o seguro, o automóvel é encaminhado para vistoria. Se for avaliado como irrecuperável, é levado a um pátio de leilões. Caso possa ser consertado, é viável fazer os ajustes, passar por avaliação e, então, obter a autorização de uso. Contudo, ainda assim é sinistrado.

Quais são os tipos de carros sinistrados?

Existem três tipos de carros sinistrados. Vamos conhecer quais são!

Pequena monta
Esses são os tipos de veículos que apresentam poucos danos, de forma que podem ser recuperados facilmente. Uma das características é que o sinistro geralmente não é registrado no documento do carro.

Média monta
O dano tende a ser mais perceptível e também pode ser reparado. Dependendo do tipo de problema, o proprietário deve desembolsar uma boa quantia para consertar o automóvel. Aqui, o sinistro é indicado no documento.

Grande monta
Os danos não são só perceptíveis, como são tão graves que podem indicar perda total do veículo. O custo pode chegar a 75% do valor e o carro fica registrado como sinistrado.

Quais são as vantagens e desvantagens de comprar e vender esse automóvel?
A aquisição de qualquer veículo implica pontos positivos e negativos, especialmente se for usado. Veja, a seguir, quais fatores são bons e ruins no caso da compra de um carro sinistrado.

Vantagens

O preço é o principal aspecto favorável da aquisição de um automóvel como esse. Essa questão é impactada pelo próprio sinistro e também pela procura, que é menor. Outro ponto positivo é poder mandar o carro para consertar com um profissional de sua confiança, caso ele ainda esteja com problemas. Dessa forma, você assegura a boa qualidade do serviço.

Em caso de roubo ou furto, o veículo tende a apresentar um preço bem mais baixo que o da tabela, ainda que tenha pouca quilometragem e necessidade de pequenos reparos. Assim, é uma maneira de conseguir um veículo bom por um preço atrativo.

Desvantagens

O ponto principal é a desvalorização no momento de revender o veículo. Ele continua sendo sinistrado e há uma indicação disso em seu documento. Por isso, a expectativa é que seu valor seja aproximadamente 20% menor que o da tabela usada no mercado.

Outro ponto negativo é a dificuldade de fazer um seguro normal. Por já ter acionado a franquia, a cobertura costuma ter várias limitações. Essa prerrogativa também é válida para o financiamento do automóvel, porque muitas instituições financeiras recusam a operação nesse caso.

Quais são as dificuldades existentes?

Existem alguns problemas burocráticos que interferem nos processos de compra e venda de um veículo sinistrado. Os principais estão relacionados à contratação do seguro. Nesse caso, dois pontos devem ser considerados:

aceitação: o veículo pode deixar de ter cobertura porque nem todas as seguradoras trabalham com automóveis sinistrados, outras permitem fazer um seguro total e ainda há aquelas que só possibilitam o autorroubo.
limitação de cobertura: as seguradoras que aceitarem os veículos que passaram por um sinistro de grande porte costumam restringir o amparo com base em um percentual da tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Outro empecilho é que veículos sinistrados que sofreram colisões geralmente servem apenas para peças de reposição. Essa recomendação é indicada porque é difícil analisar a extensão dos danos mesmo depois da recuperação.

O que prevê o Direito do Consumidor?

Essa é a lei que protege quem está comprando um automóvel sinistrado. Segundo a legislação, é permitido adquirir um veículo sinistrado, desde que ele não tenha sofrido perda total.

Nesse cenário, o Direito do Consumidor prevê que é obrigatório informar a condição de sinistrado. Caso haja omissão, há uma violação dos princípios de direito à informação e boa-fé. Em outras palavras, quem adquiriu o carro pode entrar com um processo judicial.

É importante destacar também que a prerrogativa de que o comprador é responsável pela verificação de multas, mudanças de cor, sinistros e bloqueios é válida somente quando a negociação é feita entre pessoas físicas, com condições de igualdade e regulamento no Código Civil.

Quando uma agência de veículos faz a transação, é obrigação da empresa repassar as informações ao consumidor. Senão, compreende-se que houve aproveitamento da condição de vulnerabilidade do comprador.

Se isso ocorrer e o consumidor descobrir que adquiriu um automóvel sinistrado, ele deve fazer a reclamação diretamente ao fornecedor. Caso o problema fique pendente por mais de 30 dias, o Direito do Consumidor prevê a possibilidade de substituir o carro por outro de mesma espécie e valor ou a restituição da quantia paga com atualização monetária e sem prejuízo de perdas e danos.

É possível fazer seguro em carro sinistrado?

É possível, sim, fazer seguro em veículos que sofreram sinistro. Porém, isso vai depender de alguns fatores como o tipo de seguradora, qual é a avaliação dos danos e também o tipo de perfil do dono. Além disso, depende do tipo de sinistro.

Na pequena monta, é possível renovar ou contratar um novo seguro, já que os prejuízos não são tão sérios. Porém, isso não significa que não será considerado o que o carro sofreu e quantas vezes o seguro precisou ser acionado, aumentando o valor do contrato.

Já na média e grande monta, os problemas são mais perceptíveis. Afinal, em alguns casos, podem indicar perda total. Por isso, o veículo tende a ser submetido a testes no Inmetro após o seu conserto para ter a certeza de que está tudo bem. Ainda, tem a informação sobre o sinistro substituída pelo número do Certificado de Segurança Veicular (CSV) do documento do carro.

Mas isso não é uma garantia de que o carro será aprovado pela seguradora. É muito comum que essas empresas não aceitem fazer o seguro dessa categoria. Isso porque, como o carro passou por constantes reparos, elas interpretam como possibilidade de gerar problemas futuros.

O que ocorre com os veículos retirados de leilões do Detran?
Uma boa parte dos automóveis sinistrados é comercializada em pátios de leilões. A vantagem é que o comprador é informado sobre a situação do carro e tem condições de saber se poderá utilizá-lo na rua. Ainda assim, pode ser que alguma agência adquira o bem e o revenda sem informar o status correto do veículo.

De modo geral, o carro vendido em leilão serve mais para a reposição de peças. No entanto, é possível fazer bons negócios. Para isso, é preciso cuidar dos seguintes aspectos:

  • documentação: faça uma vistoria específica em uma empresa autorizada e verifique a identificação de “sinistrado/recuperado”;
  • seguro: verifique quais operadoras permitem fazer a operação e qual será o valor cobrado;
  • viabilidade financeira: analise se vale a pena comprar o carro conforme suas condições de pagamento.

Contrate a ajuda de um profissional

Carros sinistrados, dependendo do tipo de dano, podem passar despercebidos e só com o tempo o novo proprietário terá conhecimento de que aquele não foi um bom investimento. De fato, se o interessado não buscar informações precisas sobre o carro, ele pode acabar se dando mal.

Por isso, antes de comprar um carro usado é fundamental verificar a procedência daquele veículo. Isso evita adquirir um produto que já vem com problemas e ter que desembolsar mais dinheiro para consertá-lo. Ou, pior, descobrir que o seu automóvel foi sinistrado ao tentar fazer um seguro e não ser aceito.

Sabemos que os preços oferecidos em leilões podem ser bastante atrativos, mas é importante analisar bem a origem do carro. Caso for sinistrado, avalie se vale a pena correr o risco de ter um veículo desse tipo, principalmente em relação ao longo prazo — afinal, alguns problemas podem só aparecer depois.

A melhor forma de ter acesso a todas essas informações é contar com uma empresa confiável de procedência veicular, como a Rede Cred Auto. Tenha em mente que o essencial é buscar transparência em todas as fases das transações realizadas e ter acesso a serviços profissionais de consulta para identificar os carros sinistrados.


Fonte: Rede Credauto



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